segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Lá vamos nós

Em frente, invariavelmente em frente, sem nunca parar para pensar pois o tempo não espera por ninguém..Ele não pára nem espera, mas nós sim, ainda que não fisicamente, mas dentro de nós sentimos os ponteiros a abrandar e tudo pára,e a vida fica exposta como que uma fotografia, que podemos ver claramente à nossa frente.. O que vemos? Tudo, e facilmente vemos o que não está bem, da mesma maneira que uma fotografia tem um reflexo indesejado ou um ângulo menos bem focado..


Agora resta saber se temos a força para dar corda ao relógio, e sair desta inércia, esta sensação de passageiro retardatário, sozinho numa qualquer estação poeirenta do destino, e então usar a força para mudar o ângulo à fotografia e por tudo como deve de ser...ou pelo menos tentar. Podemos estar mal, ou menos bem, mas de certeza que ninguem vai parar por nós, pois embora digam que o Homem e' um animal social (tal nao vou negar), existe um reduto inexpugnável dentro de nós, uma fortaleza, o centro, a essência, a alma, seja o que quiserem, onde ninguém pode entrar, apenas deixamos ao longo da vida algumas pessoas encostarem-se a soleira, e' o mais proximo que vão estar e sentirem o que se passa lá dentro..sentem, preocupam-se,emocionam-se,mas não param,nao podem ,tal não é possivel.

O tempo parou no reduto mas não para elas. O eu dentro de mim, o tu dentro de ti, o ele dentro dele, o habitante solitário da fortaleza, a nossa consciencia enfim, e' que vai ter de pensar e encontar forcas para seguir em frente da melhor maneira. Os reveses da vida são analisados, pensados, revistos e repensados e a sua importância transcende da mente para o corpo e dai para as nossas acções. A importância que damos a um revés traduz-se negativamente dai para a frente, surge então a necessidade de ultrapassar, esquecer e seguir em frente, sempre em frente..Até que o próximo revés nos faz abrandar,parar e pensar novamente...


TEORIA: Quando um gajo está um bocado em baixo acaba eventualmente por escrever textos a atirar pro filosófico.

1 comentário:

ana disse...

ola... gosto muito deste teu texto, está "qualquer coisa" muito bem feitinha :D
Para mim a vida é como uma estrela, em que entre o princípio e o fim só ela sabe o que fez para continuar a brilhar.

P.S: o teu vocabulário surpreende-me!
:*